Musicais com sotaque brasileiro

por Vanessa Jurgenfeld

Um nova fase começa a ser vivida pelos espetáculos musicais no Brasil. Depois do sucesso de “Tim Maia – Vale Tudo” – que estreou em 2011 e ainda está em cartaz no Rio -, o conteúdo nacional, voltado a biografias de artistas brasileiros e temas que conduzem o espectador aos anos 1970 e 1980, virou a aposta das produtoras para 2013 e 2014.

As produções vão desde “Milton Nascimento – Nada Será Como Antes”, homenagem aos 50 anos de carreira do cantor, em cartaz até março no Rio, a “Rock in Rio”, história ficcional em cima do famoso festival de música carioca, que estreou no Rio neste mês.

Mas os planos das produtoras são maiores e devem se estender às biografias de Elis Regina (1945 – 1982) e Cazuza (1958 -1990), além de espetáculos como “Dancin’ Days” – ficção em torno da boate criada por Nelson Motta no Rio, nos anos 1970, marcada pelas Frenéticas e pela “disco music” – e “Chacrinha”, musical que relembrará as tardes de domingo com um dos famosos comunicadores do país, morto em 1988.

“O Brasil está encontrando sua forma própria [de fazer musicais]. Há uma evolução desse tipo de produto no país”, diz Leo Ganem, presidente da Geo Eventos.

Os musicais ganharam fôlego no começo dos anos 2000, quando o mercado começava a experimentar o conteúdo internacional trazido pela empresa Time for Fun (T4F), como “Les Misérables”. Entre 2008 e 2009, num segundo momento do setor, novas produtoras apareceram e patrocinadores passaram a investir mais no segmento. Alguns teatros foram reinaugurados, com vocação para o gênero, como o Oi Casa Grande, no Rio. Na esteira, surgiu um eixo de musicais entre Rio e São Paulo.
O importado “O Rei Leão” é a principal aposta da T4F no ano

“Até 2008, havia produção de musicais da Broadway no modelo franquia apenas para São Paulo e só uma grande empresa operando. O espetáculo era produzido lá fora e chegava aqui só para ser executado”, afirma Fernando Campos, sócio da empresa Aventura.

Agora, o setor está num terceiro momento. “Muita gente foi estudar fora e já existem escolas de ator só para musicais. Grandes atores, que não sabiam se queriam fazer esse tipo de espetáculo, hoje gritam para fazer um musical. Há também diretores de TV indo para musicais, como Daniel Filho [do musical “Se Eu Fosse Você”] e Pedro Vasconcellos [de “Tudo por um Pop Star”]”, diz Campos.

Entre atores e técnicos, o entendimento é que o conteúdo nacional abriu novo mercado, no qual hoje os artistas brasileiros estariam em condições de igualdade com os estrangeiros, “caindo um tabu de que não tínhamos condições para atuar em musicais”, diz Ligia de Paula Sousa, presidente do Sated-SP, sindicato da categoria.

Há uma busca por especialização. Foi aprovado recentemente no Congresso dos Trabalhadores Artistas e Técnicos (Cetated-SP) a possibilidade de que técnicos paulistas conhecessem os espetáculos em Londres e Nova York para trocar experiências.

A onda de produções nacionais se ancora no sucesso de “Tim Maia – Vale Tudo”, produzido por Sandro Chaim. Há nesse movimento das produtoras uma tentativa de se diferenciar e, ao mesmo tempo, fugir das caras e concorridas produções da Broadway (Nova York) e West End (Londres), redutos tradicionais do gênero.

O conteúdo nacional é visto também como oportunidade de exportação. Chaim, que atualmente se envolve no musical “Cazuza”, quer levar “Tim Maia” para Portugal. Em associação com a XYZ Live, há planos de exportar outros conteúdos para a América Latina. “Ganhamos experiência e a visão de que existe um mercado a ser explorado. É uma tendência natural os produtores criarem suas próprias histórias. Faz parte de um amadurecimento profissional”, diz Chaim. O espetáculo “Rock in Rio”, produzido pela Aventura, está previsto para ir a Portugal, Espanha e há planos para levá-lo até mesmo a Broadway, em 2016, segundo Campos.

Nesse ritmo, outras cidades brasileiras também poderão entrar no circuito de musicais, além de Rio-São Paulo, como Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre.

“Carregar” espetáculos se tornou uma possibilidade especialmente para musicais nacionais em versões medianas – e não superproduções – e que, pelo próprio tamanho menor, possuem mais facilidade para transporte de equipamentos e elenco. “Milton”, “Rock in Rio” e “Elis” são alguns dos títulos que estão previstos para uma futura itinerância.

Mas os musicais com conteúdo nacional caíram de fato no gosto do brasileiro?

A julgar pelo sucesso de “Tim Maia”, há um bom sinal. O total de público passou de 300 mil pessoas (apenas como comparação, a megaprodução internacional “A Família Addams” teve 350 mil). Para Chaim, “é o boca a boca que garante a longevidade de uma temporada”. É cedo, no entanto, para afirmar que todo conteúdo nacional terá grande público.

Segundo o diretor Claudio Botelho, algumas obras não deveriam nem ser consideradas teatros musicais e estariam oferecendo mais do mesmo.

Sejam de qualidade ou não, o fato é que os musicais produzidos no país são custosos. Em geral gasta-se menos do que trazer uma produção consagrada no exterior. Segundo as produtoras, todas as produções dependem de patrocínio da Lei Roaunet para serem viáveis economicamente.

Para efeitos de comparação: espetáculos trazidos de fora e produzidos localmente, “A Família Addams” custou R$ 25 milhões; e “Mágico de Oz” (numa versão compacta), R$ 8 milhões, enquanto o nacional “Rock in Rio” custou R$ 12 milhões.

Fonte: Valor Econômico

U2 fecha ano de 2011 com maior faturamento em shows

Liderada por Bono, banda irlandesa superou nomes fortes como Bon Jovi e Take That. Foto: Ian Gavan/Getty ImagesO U2 foi a banda que mais faturou com shows em 2011. A turnê 360º arrecadou mais de R$ 520 milhões em 44 apresentações assistidas por cerca de três milhões de pessoas no mundo inteiro. As informações são do The Sun.

Campeão na categoria no ano passado, Bon Jovi caiu para o segundo lugar na lista da Billboardneste ano. O astro arrecadaou aproximadamente R$ 350 milhões em 68 shows com sua banda.

Já o Take That ficou em terceiro lugar, com uma turnê que contou com a pariticipação de Robbie Williams, pela primeira vez com a banda após 15 anos se dedicando somente à sua bem-sucedida carreira solo. Os lucros dos britânicos chegaram a R$ 340 milhões.

Uma das supresas da lista foi o violinista holandês Andre Rieu, onipresente em comerciais na televisão atualmente, que ficou em nono lugar. Ele se apresenta em São Paulo, no Ginásio do Ibirapuera, em 2012.

Fonte: Terra

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